Wilson de Oliveira Neto: PROJETO “LEIA MULHERES” EM SÃO BENTO DO SUL

A HISTORICIDADE DAS COISAS SÃO BENTO DO SUL

OBRAS ESCRITAS POR AUTORAS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS LIDAS E DISCUTIDAS EM ENCONTROS MENSAIS CONDUZIDOS POR MEDIADORAS

Minha esposa se chama Juliana Francine de Aguiar. Ela é graduada em Física pelo Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Joinville. Eu sinto um orgulho tremendo em dizer aos meus alunos que “minha esposa é física”. Pois, ao conhecê-la, aprendi a enxergar o mundo pelas lentes da Matemática e das Ciências da Natureza, da qual a Física faz parte.

Desde o início do ano, ela participa de um clube de leitura conhecido como “Leia Mulheres São Bento do Sul”. No Brasil, a iniciativa surgiu em 2015, na cidade de São Paulo, inspirada no projeto #readwomen2014, de Joanna Walsh. Em nosso País, Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques foram as pioneiras. Em oito anos de projeto, são 400 mediadoras em 100 cidades brasileiras.

Encontros mensais

Mas como o projeto “Leia Mulheres” funciona? Simples: existe uma lista de obras escritas por autoras nacionais e estrangeiras lidas e discutidas em encontros mensais conduzidos por mediadoras. Mulheres e homens participam de reuniões que expressam a diversidade tremenda de autoras jovens ou idosas, brancas ou negras, latino-americana ou asiáticas. Em um tempo de tanto extremismo e misoginia escrachada, especialmente, por meio da internet, o projeto merece, pelo menos, aplausos, muitos aplausos.

Uma boa leitura é libertadora. Ela renova e amplia nossas visões de mundo. Ler um bom livro pode ser uma experiência aconchegante, pois não basta sentarmos sobre uma cadeira, abrir um livro e mandar brasa na sua leitura. Ler é uma experiência que envolve a constituição de ambiente certo, em que pequenos detalhes, como o café quentinho na xícara ou, no meu caso, um cachimbo aceso, faz toda diferença.

Ler envolve certos “ritos”, como por exemplo, cheirar as páginas de um livro novo ou escolher um belo marcador de páginas – no caso da minha esposa, estar à sua disposição um sortimento variado de canetas destaca texto.

Sociabilidade

Desde que a conheci, Juliana adora ler. Mas, desde que ela começou a participar do grupo são-bentoano do projeto “Leia Mulheres”, algo nela mudou. E que bom que a mudança foi para melhor. Acredito que essa mudança tenha ocorrido com todas as pessoas que participam desse clube de leitura.

A sociabilidade e a troca de ideias de forma presencial, em uma sociedade cada vez mais arisca com contatos menos formais nos quais nos expomos, fazem um bem danado.

Em alguns dias, ocorrerá mais um encontro do clube. Oxalá seja mais um momento de descobertas, que somente uma boa leitura permite.

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