INVERNO ATÍPICO PODE AFETAR PRODUÇÃO AGRÍCOLA

SANTA CATARINA

ESTAÇÃO NÃO DEVE TER MUITO FRIO NESTE ANO

De acordo com a Epagri/Ciram, a previsão para o trimestre julho-agosto-setembro deste ano, em Santa Catarina, é de chuva mais frequente e com totais elevados, especialmente nas áreas do Estado mais próximas ao Rio Grande do Sul. “A previsão é de um inverno de pouco frio, intercalado com períodos mais aquecidos, como ocorreu neste último mês de junho”, ressalta a meteorologista Marilene de Lima.

Ela explica que a condição de chuva entre próxima e acima da média climatológica esperada para as regiões catarinenses nos próximos meses está associada ao El Niño, previsto para se configurar no decorrer do inverno e com intensidade moderada a forte.

“O fenômeno também favorece temperaturas entre a média e acima da média no trimestre julho-agosto-setembro. As massas de ar frio trazem declínio de temperatura e episódios com geada e/ou neve, que serão de curta duração, com maiores chances de ocorrência de veranicos”, diz.

Diferente

A meteorologista Laura Rodrigues explica que o inverno de 2023 já está sendo bem diferente dos últimos anos: “Entre 2020 e 2022, a La Niña estava configurada e favoreceu dias de frio prolongado, com longos períodos de estiagem no Sul do Brasil. Em anos de El Niño, ao contrário, são comuns os dias de chuva mais frequente e bem distribuída em SC. O último evento El Niño de intensidade moderada a forte ocorreu em 2015-2016, quando as chuvas foram frequentes e volumosas no Estado, durante o inverno e primavera de 2015”, diz Laura.

Culturas

Veja como esse cenário pode impactar a produção das principais culturas cultivadas em Santa Catarina. As informações são da Epagri/Cepa. Para as culturas de inverno, como alho e cebola – culturas em sua maioria irrigadas – o excesso de chuvas pode ocasionar problemas fitossanitários, resultando em aumento nos custos de produção pelo aumento no número de pulverizações com fungicidas, bem como problemas com erosão do solo decorrentes de enxurradas, que para regiões de maior declividade, podem trazer prejuízos econômicos significativos aos produtores.

Para os cereais de inverno, com destaque para a cultura do trigo, a preocupação de técnicos e produtores é com a previsão de excesso de chuvas para os meses de outubro/novembro, período que coincide com as fases de maturação e colheita da cultura.

Doenças fúngicas

Caso essas previsões se confirmem, Santa Catarina pode ter perdas em produtividade pelo aumento da ocorrência de doenças fúngicas (Brusone e Giberela), que prejudicam diretamente a qualidade do grão de trigo, reduzindo o valor comercial do produto colhido, com perdas normalmente irreversíveis.

Os produtores que não realizam plantio direto sobre a palha poderão ter problemas com erosão a partir do escorrimento das camadas superficiais do solo, causando prejuízos econômicos.  Da mesma forma, temporais com ventos fortes poderão ocorrer, causando prejuízos em pomares e benfeitorias.

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