O caso envolvendo Luighi, ocorrido no Paraguai, trouxe à tona discussões fundamentais
Por Diego Andrade, professor

O racismo estrutural é uma realidade persistente que permeia diversas esferas da sociedade, influenciando desde as oportunidades econômicas até a forma como diferentes grupos são tratados no cotidiano. Na América do Sul, continente cuja história é marcada pela escravidão e pela desigualdade racial, essa problemática se manifesta de distintas maneiras, incluindo no futebol, um dos esportes mais populares e influentes em nível global.
Vítima
Persistência – Recentemente, o caso envolvendo Luighi, ocorrido no Paraguai, trouxe à tona discussões fundamentais acerca do preconceito racial e da necessidade de medidas mais eficazes para combater essa prática.
Relatos e imagens amplamente divulgados nas redes sociais e na mídia evidenciaram que Luighi foi vítima de ataques racistas, escancarando a persistência desse problema no âmbito esportivo.
Embora o futebol seja amplamente reconhecido como um espaço de celebração da diversidade e um elemento unificador de diferentes culturas, ele ainda enfrenta desafios significativos relacionados à discriminação racial.
Torcedores, jogadores e até mesmo membros das comissões técnicas frequentemente são alvos de injúrias raciais dentro e fora dos estádios. Esse tipo de conduta transcende episódios isolados, refletindo estruturas sociais e culturais em que o racismo é, por vezes, minimizado ou tratado como um fenômeno esporádico.
Práticas
Sensação de impunidade – O caso de Luighi exemplifica essa realidade ao demonstrar como determinadas práticas discriminatórias são perpetuadas e, frequentemente, não recebem a devida punição. Esse cenário contribui para a sensação de impunidade e permite que o racismo continue a se manifestar tanto no esporte quanto na sociedade de maneira mais ampla.
Diante desse contexto, é imprescindível que clubes, federações esportivas e a sociedade como um todo adotem posturas mais rigorosas no combate ao racismo. O episódio envolvendo Luighi no Palmeiras reforça a urgência de implementar ações concretas e eficazes, que vão além de discursos e promessas vazias.
Papel de liderança
Prioridade – Como reflexo da sociedade, o futebol deve assumir um papel de liderança no enfrentamento ao racismo, promovendo um ambiente no qual todos se sintam respeitados e incluídos. A erradicação dessa forma de discriminação deve ser uma prioridade contínua, demandando o comprometimento ativo de todas as esferas da sociedade na construção de um ambiente mais justo e igualitário.
WhatsApp – O grupo de WhatsApp do Jornal Edição Digital pode ser acessado clicando aqui.