BOMBEIROS EXPLICAM COMO AGIR AO PRESENCIAR ALGUÉM SE AFOGANDO

SANTA CATARINA

Só nesta temporada, cinco pessoas perderam a vida por tentarem salvar outras que estavam se afogando, de acordo com o CBMSC

A indicação do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) a quem presenciar um afogamento é sempre a mesma: não se arrisque. Só nesta temporada, cinco pessoas perderam a vida por tentarem salvar outras que estavam se afogando.

“Sabemos que a primeira reação ao ver uma pessoa em risco é tentar salvá-la, mas é importante estar preparado para este tipo de salvamento. A primeira indicação é que você jogue um objeto flutuante para a pessoa que está se afogando e acione ajuda”, afirma o coronel Zevir Anival Cipriano Junior, comandante da 1º Região Bombeiro Militar, área responsável pelo litoral catarinense, que concentra a maior parte da Operação Veraneio.

Água doce ou salgada
Foge do controle –
O afogamento, seja em água doce ou salgada, acontece por fatores que fogem do controle da pessoa que está se banhando naquele ambiente, por isso é fundamental não superestimar suas capacidades. Entre os perigos permanentes está a profundidade da água, que é um risco potencial e deixa a pessoa dependente apenas da sua habilidade de natação. Essa vulnerabilidade independe se a pessoa está na praia ou em um rio.

Entre os perigos não permanentes, mas que são corriqueiros, estão as correntes de retorno. “Para se ter uma ideia, o nadador que detém hoje o recorde de 50m, se ele nadar contra uma corrente de retorno comum, ele não consegue sair. Isso reforça três pilares que consideramos ser primordiais para se divertir em um ambiente aquático: olhar as sinalizações e ter conhecimento do local, preparo e senso de auto prevenção”, explica o coronel.

Cachoeiras e rios
Índices –
Nos ambientes de água doce, tais como cachoeiras, lagos, lagoas, rios, represas e córregos os índices de afogamento são maiores que em água salgada. “As famílias que residem no interior, por exemplo, utilizam muito esses espaços para lazer nos dias de calor, mas infelizmente na maior parte das vezes desconhecem os riscos desses locais. Por isso a indicação é que procurem espaços sinalizados ou mesmo com vigilância profissional e claro, jamais se aventurem, pois podem ser surpreendidos e não conseguirem ser salvos”, ressalta. 

Um salvamento a cada 15 minutos
Situação de risco –
Em 58 dias o CBMSC salvou 2.948 pessoas que estavam em situação de risco, sendo por arrastamento em correntes de retorno ou afogamentos no litoral catarinense. Isso significa que a cada 15 minutos, em média, uma pessoa é salva pelas equipes do CBMSC. Este dado compreende os atendimentos realizados no período de 16 de dezembro de 2023 a 11 de fevereiro de 2024.

É importante ressaltar que todas essas pessoas eram potenciais vítimas a ter algum grau de afogamento ou até vir a óbito e, por conta do trabalho de salvamento, puderam retornar para seus lares com vida. Para o comandante, este quantitativo de salvamentos reflete o comprometimento dos guarda-vidas que atuam na segurança dos catarinenses e dos veranistas que procuram o nosso litoral para aproveitar suas férias.

Preparo dos guarda-vidas
Voluntário –
Todo guarda-vida civil voluntário (GVCV), que atua no litoral catarinense durante a Operação Veraneio, passa por curso de certificação e, caso ele já possua o curso, recertificação para que esteja apto a realizar salvamentos em ambientes aquáticos. Todos atuam sob a supervisão dos militares do CBMSC. Os guarda-vidas militares também passam por treinamentos para atuar durante a operação.

Como o foco principal é sempre a prevenção com vistas em reduzir o número de mortes por afogamento em Santa Catarina, os cursos abordam questões importantes sobre a sinalização de praia, orientações para os banhistas, sinais sonoros (apito), entre outros.

Já os testes de aptidão física são atualizados rotineiramente, seguindo o padrão internacional de salvamento aquático e proporcionam que o GVCV realize provas que simulam a rotina de trabalho. Ele é capacitado, também, para realizar atendimento pré-hospitalar (APH). 


WhatsApp – O grupo de WhatsApp do Jornal Edição Digital pode ser acessado clicando aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *