Mariano Soltys: “PROMETAM SER”, SOBRE OLAVO DE CARVALHO

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

Quando se mistura o sobrenatural e a religião, mesmo a conspiração, fica um pouco difícil provar que isso seja real, a fundamentar certa filosofia

Por Mariano Soltys, filósofo e professor

Mais um documentário sobre o filósofo Olavo de Carvalho saiu essa semana, com lições de seus alunos, experiências, rotinas e o mais, que vivenciou o pensador brasileiro. De começo, se evidencia um ataque às universidades brasileiras, bem como se fala no intelectual brasileiro, dentre outros temas.

Percebe-se que, ao se criticar a academia, acaba-se por criar outra escola, ou outra academia. Ataca-se a USP, que é a mais premiada universidade brasileira, fato que por si só mostra o valor dessa e outras universidades, refutando um pouco a queixa do pensador, para com a mesma.

O fato da vida do intelectual, o que posso também opinar, é um modo de vida de rotina, comum, e que naturalmente afetava o Olavo, assim como nós que amamos os livros, bem como essa vida de erudição e formação.

O sobrenatural e a religião

Necessidade – O fato de se procurar a realidade para filosofar parece que sempre foi uma tônica, ou mesmo uma necessidade. Porém, quando se mistura o sobrenatural e a religião, mesmo a conspiração, fica um pouco difícil provar que isso seja real, a fundamentar certa filosofia.

Depoimentos de alunos do professor Olavo mostram que há uma certa desvalorização da academia, e isso eu também já o fiz em meu livro “Reflexões Gerais”, apesar de que o fiz de dentro, mesmo na época ser apenas um jovem estudante de pós-graduação, no caso de Magistratura do Trabalho, com juízes.

Crítica à ciência

Triste – Já a busca da consciência, bem como as doze camadas, e outros ensinos, levam a se pensar até onde vai a cosmovisão olavista. O retorno a certa escolástica, crítica à ciência, ao metafísico, e também a certas posições comprometedoras, bem como o tema político, parecem ter ofuscado um pouco a filosofia de Olavo, o que poderia ser diferente se o mesmo tivesse acessado o Ministério da Cultura, ou mesmo trabalhado mais academicamente.

Triste mesmo é em certo momento o professor criticar um aluno que desejava ser professor, bem como esse descrédito da educação, o que por si só já leva a se questionar tudo o que se passa ali no documentário.

Conspirações

Propaganda de curso – Por outro lado, Olavo levou muitos para a filosofia, para a vida intelectual, para a religião, ou para uma forma mais conservadora. Por fim, o documentário faz uma propaganda de seu curso de filosofia, com um desconto de 90%.

Fato é que o Brasil pode ter um pensamento filosófico, e quase sempre foi uma repetição de ideias do exterior. Olavo vivia nos EUA e muito de sua bibliografia de indicação é estilo americano, como referente a Nova Ordem Mundial, conspirações, liberalismo, etc. Resta que podemos ser cada vez melhores filósofos.

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