MARIANO SOLTYS (FILOSOFIA NO SUL): FILME “PREMONIÇÃO 6” E A PARANORMALIDADE

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

É uma expressão artística de muitas realidades que a ciência pode evitar

Por Mariano Soltys,
filósofo e professor

Nas salas de cinema está passando o filme “Premonição 6”. Notou-se uma forte realidade na violência, digno de um curso para legista ou quem gosta de acidentes. O filme segue a mesma linha de violência do primeiro, onde caía ou explodia um avião, agora tendo em um restaurante de torre o foco da tragédia. Nossa cultura gosta da tragédia, muita gente esperando um apocalipse, finais catastróficos e uma espécie de justiça divina.

O filme de terror apenas alimenta esse inconsciente, muitas vezes frustrado pela socialização, vida civil e mesmo legislação. O tema do filme não foi tanto a premonição, mas sim a retrocognição, que seriam temas da paranormalidade, ou parapsicologia.

Profecias
Passado –
No caso da premonição, você prevê o futuro. Já da retrocognição você, por paranormalidade, descobre fatos que não sabia do passado, como se o poder da mente voltasse no tempo. E segundo alguns parapsicólogos, no caso Padre Quevedo, isso vai até 400 anos! Isso explica muitos profetas, bem como pessoas que sabem de um passado, por vezes não registrado. Hoje tudo é filmado e está em rede, mas noutros tempos a coisa era mais anônima.

Profecias como São Malaquias, Nostradamus e até da Bíblia podem ser explicadas, em alguns casos, pela parapsicologia. Acontece que uma pessoa vai lendo a mente de outra, formando uma rede de lembranças um pouco maior que o natural. Um passado desconhecido de nossa família pode ser acessado, como a moça do filme chegou a perceber, sendo que todos esconderam dela o passado da avó, que tinha esta premonição, ou pré-cognição, o que dá nome ao filme.

IML
Temática –
O filme “Premonição 6” parece ter uma herança espiritual, ou continuação, de “Premonição 2”: os carros se envolviam em um acidente. No ator que fica no IML, que foi um destaque, uma vez estava com câncer, e assim a ficção se misturava com a realidade. Também uma temática que aproxima a atual protagonista, da protagonista do “2”, no caso da van, bem como da estratégia que tentam tomar, após a dica do médico legista, de como enganar a morte.

Em algumas culturas, a morte é uma entidade, e pode ser enganada em um ritual, mas isso se refere a algo tradicional, e não tanto a uma ordem lógica de acontecimentos, como se tenta seguir no filme, já nas lições de outros sobreviventes em franquias anteriores. A mente tem algo extratemporal. A nossa lógica de tempo, passado e futuro, pode não ser sempre verdadeira.

Schopenhauer
Sartre –
O filme é uma expressão artística de muitas realidades que a ciência pode evitar. Não raro o que era ficção no passado é realidade no presente. O que herdamos de nossa família pode ser muita coisa, e devemos ser gratos por termos talentos, saúde e mesmo as nossas conquistas.

A morte é algo natural, e tema de filósofos existencialistas, como Sartre, e mesmo Schopenhauer falava em certos aspectos mais pessimistas ou realistas. A morte pode levar a medo, mas faz parte da vida.

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