Descobri o Ziraldo da imprensa de oposição ao Regime Militar (1964-1985), por meio do tabloide “O Pasquim”
Por Wilson de Oliveira Neto,
historiador
Estamos em luto. Pelo menos, todos os brasileiros que entraram em contato com o mundo dos cartuns, das charges, da literatura, enfim, da cultura brasileira por meio das imagens e dos escritos de Ziraldo Alves Pinto.
Em tempos de tanta bobagem, de um Febeapá 4.0, sua morte deixou o mundo em que vivo um pouco mais sem graça. Já sou um homem de meia-idade e ver os meus heróis desaparecerem me dá um aperto forte no meu coração, pois quem assumirá o legado de gente como Ziraldo?
Curso de História
Formação – Ziraldo faz parte da minha formação como leitor de imagens visuais e de textos escritos. Sim, li e reli “O Menino Maluquinho”, além de apreciar os mascotes do futebol brasileiro de sua autoria e que faziam parte dos álbuns do Campeonato Brasileiro que completei durante minha infância.
Mais tarde, no curso de História, descobri o Ziraldo da imprensa de oposição ao Regime Militar (1964-1985), por meio do tabloide “O Pasquim”.
Legado
Incentivo – No entanto, lembro-me de sua palestra no Colégio dos Santos Anjos (Joinville/SC), se não me falha a memória, em 1989 ou 1990. Eu tive a oportunidade de estudar em uma escola que incentivou a leitura entre seus alunos e que nos presenteou com Ziraldo e, um ou dois anos depois, Pedro Bandeira como palestrantes.
Ziraldo, com sua inconfundível cabeleira branca e seus coletes coloridos, ajudou-me a descobrir o mundo da cultura, da imagem e da leitura, tudo o que gosto e que procuro fazer com que os meus filhos também gostem. Talvez isso seja uma forma de perpetuar o seu legado entre nós.
Descanse em paz, Ziraldo. Rest in Peace (R.I.P.).
Charge: Duke/Itatiaia
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