A história do voto no Brasil é, também, uma história da ampliação da cidadania
Por Wilson de Oliveira Neto, historiador

Neste domingo 6), ocorrerão eleições para os Poderes Executivo e Legislativo municipais em todo o Brasil. Em cidades com mais de 200 mil eleitores aptos a votar, poderão acontecer segundos turnos, casos os candidatos a prefeito não tenham obtido maioria absoluta (metade + 1 dos votos válidos) na primeira fase do pleito. Contudo, não é o caso de São Bento do Sul, cidade onde moro e voto.
Gosto de votar e exerço essa forma de participação política desde a adolescência, quando, aos 16 anos, fiz o meu alistamento eleitoral em Joinville. Há muito tempo, transferi o meu Título de Eleitor para São Bento do Sul e aprecio participar da vida política da cidade, que mora no meu coração.
Entendo
Esforços – Votar é um aspecto importante da democracia, apesar de, cada vez mais, as pessoas estarem céticas quanto a funcionalidade da representação política, seja ela municipal, estadual ou federal. Eu entendo esse ceticismo, mas o considero perigoso, especialmente, quando tomamos consciência do longo caminho da história do voto no Brasil.
Do Império (1822/89) à Redemocratização (1985/88), a trajetória das eleições no País expressa esforços de regularizar a prática eleitoral, seja por meio de um calendário regular de eleições ou pelo desenvolvimento de dispositivos que tornassem os pleitos mais honestos, tendo em vista que as fraudes eram comuns e, de certa forma, consideradas como parte do jogo político de outrora.
Sufrágio
Zangados – Além disso, desde os oitocentos, existiam movimentos políticos e sociais que tinham o sufrágio universal masculino um dos seus itens de pauta. Por falar em sufrágio, o Brasil instituiu e reconheceu via Constituição, em 1934, o sufrágio feminino, sendo, de lá para cá, a representatividade feminina no meio político um tema recorrente na esfera pública.
Portanto, embora céticos e zangados com a democracia representativa, temos de ter claro que a história do voto no Brasil é, também, uma história da ampliação da cidadania e da racionalização das eleições. E, que sim, trata-se de um meio importante de participação política, que deve ser levado a sério por todos.
Wilson de Oliveira Neto é professor adjunto na Univille e escreve quinzenalmente para o Jornal Edição Digital.
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