Mariano Soltys: “SOLTEIROS, ILHADOS E DESESPERADOS” E O PODER DA DECISÃO

FILOSOFIA DO SUL SANTA CATARINA

Tudo parece o conto de Shakespeare, “Sonhos de uma noite de verão”, em que os amores são trocados e a natureza de fadas provoca a confusão nos corações

Por Mariano Soltys, filósofo e professor

A vida se resume a escolhas. O filósofo francês Jean-Paul Sartre disse que somos o que escolhemos. No reality “Solteiros, Ilhados e Desesperados” (“Single’s Inferno”), que tem agora a terceira temporada, de produção coreana, mostrará até o final a indecisão e os casais que se formam em amor. Tudo parece o conto de Shakespeare, “Sonhos de uma noite de verão”, em que os amores são trocados e a natureza de fadas provoca a confusão nos corações.

O jogo consiste em jovens solteiros que convivem em ilhas, chamadas “inferno”, e que após provas, vão para um hotel de luxo, chamado “paraíso”, em encontro com o par escolhido. Dessas idas e vindas com dates diferentes, que acabam no final por escolher um com quem saem em casal.

Marcante foi a presença do jogador de basquete Lee Gwan-hee, que conquista com seu charme a três garotas, Cho min-ji, a jovem sedutora, Choi Hye-seon, sorridente e atlética e a Yun Ha-jeong, desafiadora e confiante. Outros dois casais já se formam antes, tirando um pouco a dúvida, que ao longo dos episódios fica mais com o jogador de basquete mesmo, e suas três pretendentes.

Juventude de lado

Idas ao céu – O poder da escolha estava no destino do jovem atleta, e as meninas sofreram a escolha, literalmente, com choro pelo “date” que não acontece, como no caso de Min-ji em helicóptero. As idas ao céu são regadas a um amplo banquete, sendo que ao ficar no inferno, ou ilha, comem coisas simples, como cenouras.

Isso tudo favorece ao namoro, uma vez que na Coréia do Sul os jovens não querem namorar ou casar, sendo que justificam pelos pais que perderam sonhos da vida, por se casarem, entre outros motivos. Assim a solteirice é a regra. Isso motiva a programas de TV e realities como “Love Van”, “Ilha do Amor”, “Casamento às Cegas”, entre outros, além dos doramas e boy-bands, para atrair os jovens aos dates e ao romance, coisas que não são corriqueiras, em um país onde se trabalha demais e se preocupa com o futuro, deixando a juventude de lado.

Superar as diferenças

Carisma – “Solteiros, Ilhados e Desesperados” é uma das melhores opções em streaming, e os participantes cativam e encantam, bem diferente de realities que vemos por aqui, sem carisma de participantes, e não focados em romances, e quando focados, usados com finalidade de engajamento e crescimento de redes sociais, para a vida artística. Voltando ao filósofo existencialista Sartre, não é possível não escolher.

Assim, nesse reality, a escolha se faz no final, com quem se quer ficar e sair em namoro. Mas também se é escolhido, e muitos ficam sozinhos não por opção, mas pelo destino que os constrói. E que os jovens sejam jovens, para depois não se arrependerem, lembrando do vazio do passado. O trabalho é importante, mas nesse momento deve ser o segredo, assim como a idade. O amor deve superar as diferenças.

WhatsApp – O grupo de WhatsApp do Jornal Edição Digital pode ser acessado clicando aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *