Nas conversas desses sábios se extrai muita informação
Por Mariano Soltys, filósofo e professor

Recentemente ando lendo um livro sobre filosofia chinês, além de acompanhar algum vídeo que comenta sobre a situação de brasileiro que vive por lá, este dizendo que a China já chegou em alto nível econômico, buscando agora trabalhar mais na cultura.
Nos meus trabalhos em livros já fui influenciado por filosofia chinesa, seja o Tao te Ching, seja Confúcio ou mesmo o taoísmo, de modo que a visão do mundo é muito curiosa e levando em consideração a natureza, o nosso entorno e mesmo um equilíbrio, como no caso dos dois princípios, o yin e o yang, em dualismos que vivemos, como escuro e claro, feminino e masculino, etc.
Reinos combatentes
Linguagem – Pouco se fala em escolas sobre o tema da filosofia chinesa, e nem muito em história, como nos reinos combatentes, em um livro como Tshuangzi, ou em outros detalhes. Recentemente descobri alguém da lógica chinesa, ou de sofistas, o que é chamado de Escola dos Nomes, de modo que um que me interessou foi Hu Shi, bem como de Longzi, que tratam de paradoxos, a semelhança dos filósofos gregos Zenão e outros, o que se trata de um modo de linguagem que se nota em obras como em Lewis Carrol, onde metáforas brincam com a linguagem.
Nas conversas desses sábios chineses se extrai muita informação, de modo que a vida se torna mais leve e compreensiva. Isso mostra em muito uma inteligência humana, em paralelo a artificial. Numa dessas conversas um sábio, acho que Chuang Tsé, de modo que ele falou que alguém que não tem ainda cabelo grisalho não sabe nada sobre o Tao, que se poderia traduzir esse Tao para Caminho, ou mesmo Deus.
Adestrador de cavalos
Poeira – Noutra conversa o sábio conta a história de um adestrador de cavalos experiente, que ia se aposentar, se os filhos dele sabiam tudo sobre cavalos e continuariam o serviço. O sábio disse que eles podem até encontrar o cavalo mais forte, mas o cavalo especial, um que não solta poeira, etc, eles não encontrariam.
Mas chegando aos paradoxos, um deles é o do cavalo. Diz assim: “Um cavalo branco não é um cavalo”. Pois os atributos, o que está relacionado ao cavalo, que é uma categoria lógica que não inclui todos os cavalos individuais.
Um cavalo branco não é um cavalo no sentido lógico. Outro paradoxo pode ser assim descrito: “Hoje fui para Campo Alegre, mas cheguei ontem”. De forma imediata parece uma afirmação contraditória, pois uma viagem especial seria impossível, para o passado.
Metáfora
Algo espiritual – Mas aqui está se falando em uma metáfora ou algo espiritual, o que tornaria possível essa viagem para ontem. Outro paradoxo “O ser e o não ser podem ser uma unidade”. Esse já leva a um nível de Zen Budismo, ou taoísmo e até mesmo filosofia hermética.
Pode ser uma dualidade complementar, uma unidade ontológica e até mesmo uma unidade lógica. Semelhante ao paradoxo “O céu e a terra podem ser uma unidade”. Importa que esses paradoxos fazem o que pensar, e isso é o filosofar.
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