DIEGO ANDRADE (POLITICANDO): O GOVERNO BOLSONARO FOI SINÔNIMO DE COMIDA BARATA?

POLITICANDO SÃO BENTO DO SUL

A narrativa não se sustenta diante dos fatos, e diversos fatores contribuíram

Por Diego Andrade, professor

A inflação dos alimentos foi um dos problemas econômicos mais impactantes para a população brasileira durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). Nesse período, os preços dos alimentos registraram aumentos significativos, tornando a cesta básica cada vez menos acessível para famílias de baixa renda.

Diversos fatores contribuíram para essa alta nos preços entre 2019 e 2022. A desvalorização do Real em relação ao Dólar elevou os custos dos insumos agrícolas e incentivou a exportação de produtos, reduzindo a oferta no mercado interno. Além disso, a pandemia da Covid-19 desestruturou cadeias produtivas e logísticas, dificultando o abastecimento e elevando os custos de produção.

Políticas econômicas
Influência –
As políticas econômicas adotadas pelo governo também exerceram influência nesse cenário. A ausência de medidas eficazes para o controle da inflação, aliada ao corte de programas sociais, resultou na redução do poder de compra das famílias.

Embora o Auxílio Emergencial tenha proporcionado algum alívio momentâneo, não foi suficiente para compensar o aumento expressivo dos preços. Para as camadas mais vulneráveis da população, a inflação dos alimentos representou uma queda acentuada na qualidade de vida.

Produtos básicos, como arroz, feijão, óleo de soja e carne, sofreram aumentos superiores à inflação geral do período, tornando-se itens de luxo para muitas famílias. Dessa forma, o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, testemunhou o crescimento do número de pessoas em situação de insegurança alimentar.

Resposta ineficaz
Impactos –
Embora fatores externos tenham contribuído para esse cenário, a resposta do governo Bolsonaro mostrou-se ineficaz. A ausência de uma política clara para conter a inflação, somada a escolhas políticas que privilegiaram setores específicos em detrimento da população mais vulnerável, agravou ainda mais o problema.

Medidas como a concessão de subsídios temporários para alimentos essenciais, um controle mais eficiente da taxa de câmbio e incentivos à produção voltada ao mercado interno poderiam ter sido adotadas para amenizar os impactos da alta dos preços.

Estoques
Estabilidade? –
Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), historicamente responsável pela regulação dos estoques de alimentos e pelo apoio à agricultura familiar, sofreu um enfraquecimento significativo durante essa gestão, o que comprometeu ainda mais a estabilidade dos preços no mercado interno.

Diante desse contexto, fica evidente que o governo Bolsonaro não adotou medidas eficazes para reduzir o custo dos alimentos à população. Portanto, a narrativa de que houve comida barata nesse período não se sustenta diante dos fatos. É essencial que discursos políticos sejam analisados com base em dados concretos, evitando a propagação de informações imprecisas que podem induzir a população ao erro.

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