Isso já existia desde os mistérios na filosofia grega, além da influência egípcia, dos platônicos, neoplatônicos, de místicos judeus, árabes, hindus e por fim, de místicos cristãos
Por Mariano Soltys, filósofo e professor
Quando eu era mais jovem, lá pelos 18 anos, encontrei em um sebo um livro muito curioso, o “Tratado de Ciências Ocultas”, de um autor chamado Papus, de modo que a leitura me fascinou, principalmente pela filosofia mística envolvida, relacionada à Bíblia, ou a conhecimentos de números.
Na época era estudante de Direito, e esse material me distraia quando havia alguma folga, como outros livros, de autores como Saint Martin, Eliphas Levi, Helena Petrovna Blavatsky, e tantos outros relacionados a uma filosofia esotérica. Mas isso ficou um bom tempo em mera teoria e busca independente. Isso mudou em 2004, quando encontrei uma organização de mística cristã, e depois com outras buscas, sendo recentemente ampliada a oportunidade.
Tradição mística
Mistérios – A filosofia esotérica mostra, muitas vezes – ou quer mostrar – o que é hermético, fechado a poucos, um conhecimento espiritual elevado e reservado a alguns buscadores. Isso já existia desde os mistérios na filosofia grega, além da influência egípcia, dos platônicos, neoplatônicos, de místicos judeus, árabes, hindus e por fim, de místicos cristãos.
Da moda que surge na Europa com relação ao orientalismo, também surge uma reação cristã, mostrado que possuímos uma tradição mística muito vasta, como em São João da Cruz, Pico della Miràndola, Master Eckhart, Saint Martin, Jacob Boëhme, mesmo o filósofo Agostinho, ainda Inácio de Loyola, Hildegard de Bingen, e, voltando mais, o próprio João Batista, São Francisco e outros tantos. Fato é que essa tradição se manteve viva, mesmo que muitas vezes de lugar a religião oficial, ou dê um colorido a mais no religioso.
Troca de experiências
Ampla tolerância – Mas o que me levou mesmo para um caminho especial foi o Martinismo, a que Papus acabou ampliando em organizações, a qual chega de certa forma a São Bento do Sul, o grupo de estudos esotéricos “GIDEE”, criado por Papus, através de pessoas de Blumenau, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, dentre outras regiões do Norte, e até mesmo Uruguai, que virão para nosso Estado a fim de trocar experiências este ano.
Também palestras e cursos ocorrerão, seja em plataformas digitais, seja presencialmente, em São Bento do Sul, um polo de luz esotérica. A filosofia esotérica ganha um campo e convida os interessados a trocar experiências e ensinamentos.
Sem distinção de credos, bem como com ampla tolerância, o Sul ganha essa luz e presenteia nossa região com oportunidades de trocas com outras regiões do país e mesmo internacionais.
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