CORPO DESAPARECIDO HÁ 12 ANOS É IDENTIFICADO PELA POLÍCIA CIENTÍFICA DE SC

SANTA CATARINA

Exumação da vítima foi feita em novembro de 2024

A Polícia Científica de Santa Catarina (PCISC) solucionou um caso que se estendia desde 2013. Desaparecido em maio daquele ano, R.T. teve sua identidade atribuída a um corpo encontrado em estado avançado de decomposição, à época não identificado e não reclamado por familiares. Ele foi sepultado três meses depois. A identificação foi resultado de uma análise meticulosa, sendo um marco para a elucidação de crimes e de casos de desaparecimento em Santa Catarina.

O programa “Conecta”, da PCISC, tem como objetivo localizar pessoas desaparecidas e identificar corpos de identidade indeterminada, utilizando tecnologia avançada e integrando bancos de dados genéticos, biométricos, odontológicos e antropológicos.

Coleta de DNA
Cadáveres –
No caso de R.T., o trabalho começou em setembro de 2024, durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça com o apoio dos órgãos oficiais de perícia de todo o Brasil.

A Polícia Científica em Chapecó, ao revisar casos antigos de cadáveres não identificados que foram sepultados, constatou registros compatíveis com desaparecimentos no período e local, levando ao estabelecimento da hipótese de identificação.

Em entrevista realizada com familiares de R.T., foram coletados material genético de referência, diversos registros a respeito das características físicas e odontológicas do desaparecido, além de dados das circunstâncias de seu sumiço.

Conjunto de informações
Convergência –
Com o conjunto de informações, foi possível verificar que havia convergência preliminar entre vítima e desaparecido, o que levou a Polícia Científica em Chapecó a requisitar a exumação da vítima, feita em novembro de 2024.

Após o translado da ossada para análise por peritos do Setor de Antropologia Forense e Odontologia Legal da Polícia Científica em Florianópolis, ao se confrontar os dados do desaparecido com as características físicas encontradas no esqueleto, tais como uma amputação no dedo indicador direito, fraturas antigas, deformação no braço e tratamentos odontológicos, foi possível confirmar a identificação. Foi o primeiro caso atendido pelo Programa Conecta da PCISC que pôde ser resolvido sem a necessidade do processamento do material genético.

Ciências forenses
Respostas –
“Essa identificação é mais um exemplo da importância da participação de familiares de pessoas desaparecidas no programa ‘Conecta’, permitindo que unamos as informações fornecidas pelos familiares com os conhecimentos das ciências forenses para a resolução de casos que, por anos, permanecem sem respostas”, ressalta a perita criminal Patrícia Monteiro, responsável do Programa.

Para a perita-geral Andressa Boer Fronza, “a conclusão do caso é um importante marco para a Polícia Científica de Santa Catarina e para o nosso programa, que tem se mostrado uma ferramenta eficaz na solução de casos de desaparecimento, sendo o empenho dos policiais científicos e o trabalho conjunto entre vários serviços da PCISC fundamental para o sucesso dos resultados alcançados, dando respostas para os familiares de pessoas desaparecidas. Nesse caso, respostas que a família de R.T. aguardava por mais de 10 anos”.

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