MARIANO SOLTYS: SÉRIE “TREMEMBÉ” E A CRIMINOLOGIA

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

A filosofia da prisão não é só castigo

Por Mariano Soltys, filósofo e professor

“Tremembé”, série dirigida por Vera Egito, é baseada nos livros de Campbell, que trata de criminosas e bastidores das mesmas, assim levando a muita especulação e fatos, que, de alguma forma, também estão narrados nos autos de processos dessas rés. Os acusados são demonstrados com muito romance na série, se destacando relacionamentos que ocorriam no presídio de Tremembé, dos famosos, e que revela esse mistério de como se opera o mundo carcerário.

Retratados pela TV
Curiosidade –
Curioso é todo o comentário que envolve esses crimes, antes retratados pela TV, o que acompanhei na época em que eu ainda estudava Direito, assim tendo interesse nesse mundo jurídico e processual penal.

De interesse são os comentários de peritos e psicólogos, bem como de testes feitos nos personagens de Tremembé, teste de Rorschach, com gravuras que eram interpretadas. Tal teste comprovou a psicopatia de alguns desses condenados que frequentavam o presídio, assim revelando uma boa criminologia.

Colegas de cárcere
Psicopata –
Os romances retratados na série são, em geral, homoafetivos. Também os jogos de astúcia e poder envolvem a série, que em muito é ficcional, e daí dos envolvidos aparecerem na mídia acusando de “mentiras”, mas que possivelmente foram fatos retratados por colegas de cárcere.

O problema que alguns testes psicológicos podem até serem estudados, mas são reservados a psicólogos e somente utilizados por estes profissionais, como o teste de QI. Burlar não vai resolver. A ilusão é que se entende o psicopata, ou mesmo réu, ser mais inteligente que as pessoas, que o Judiciário, investigadores, delegado etc. Ledo engano.

Medicação
Tratamento –
Já o filme “Silêncio dos Inocentes” mostrou esse detalhe, quando o policial dizia ter vantagem, pois o criminoso é um louco, etc. “Tremembé” vai revelando isso também, nos planos dos crimes retratados de cada detento, assim servindo a algum estudo de criminologia, pelo menos como uma curiosidade, ou a um curso de Psiquiatria, que é especialização de Medicina, para daí levar a se poder receitar alguma medicação e tratamento.

O psicólogo também, com testes técnicos, um deles o mostrado na série, mas existindo outros testes, consegue analisar e ver se há perigo de se cometer novos atos, ou a periculosidade do preso, bem como a sua ressocialização, pois a filosofia da prisão não é só castigo, mas também que eles voltem a sociedade, e parece que isso a séria também quis mostrar, de detentos que trabalham, no caso com costura, ou que estudam, entram na faculdade.

Exclusão
Origem –
Curioso, por fim, é que os crimes retratados mostram grande poder, pessoas de destaque, políticos, pessoas de classe alta, etc. Já no geral, muitos crimes são resultados de exclusão social e pobreza, e assim têm outra origem, mais de criminologia crítica. Já uma escola mais psicológica, como a “positiva”, teria mais o perfil de se observar mais o criminoso, não tanto a sociedade em que estão inseridos.

Profissionais e peritos
Anomia –
Entre os profissionais e peritos, um disse num documentário que a pessoa é mais bela por dentro que por fora, revelando a autópsia. Outro disse que não se deve admirar as pessoas retratadas na série, a qual não assistiu, uma vez que são dos piores indivíduos, segundo ele.

Fato é que o mal deve ser evitado, e que uma sociedade talvez sempre tenha crime, uma anomia, mas que se pode cada vez reduzir mais, e afastar pessoas perigosas dessa sociedade.

Foto Prime Vídeo/Divulgação

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