O TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL TEM APARECIDO DE FORMA AUMENTADA NOS INDIVÍDUOS
Por Mauro César Stiegler Telesphoros, psicólogo clínico
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Nestes tempos de redes sociais, os quais proporcionam estampas de um verdadeiro mosaico da vida alheia, em detalhes e de forma ilimitada em se tratando de checar a vida das pessoas, seja de outra cidade ou outro continente, o TDC (Transtorno Dismórfico Corporal) tem aparecido de forma aumentada nos indivíduos.
Esse transtorno tem como característica básica um olhar distorcido do indivíduo em relação ao seu corpo: pequenos e quase invisíveis defeitos, ou mesmo inexistentes, passam a serem percebidos ou super-ampliados pelo indivíduo, constituindo, assim, fator de sofrimento psíquico agudo e com consequências limitantes no que se refere à vida social de quem padece do referido transtorno.
Estereótipo – Olhar-se no espelho, mesmo estando magra ou magro, e realmente enxergar-se obeso, é dos sintomas mais comuns de quem sofre de TDC. Além desse sintoma comum, pode desencadear-se outros olhares distorcidos, como imaginar ter pernas muito longas ou curtas, nariz torto, cabeça grande, sorriso desajeitado, etc.
Importa se atentar para a mais comum causa desse transtorno, que repousa numa base aguda de baixa autoestima, que na esmagadora maioria das vezes teve início na infância, mas principalmente na adolescência, durante a qual, em meio a críticas, comparações e comentários negativos ouvidos frequentemente, o indivíduo faz uma espécie de divórcio com a naturalidade do seu corpo, iniciando assim uma busca infinita e exaustiva por um estereótipo que na verdade não existe, pois é fruto de uma desorganização na própria autopercepção quanto a si mesmo.
Reconexão – Uma reconexão como sua essência e o exercício da valorização da própria singularidade, ou seja, de seu jeito genuíno; o exercício paralelo de perceber as diferenças estéticas infinitas das outras pessoas; uma diminuição do comportamento compulsivo de comparar-se e repetir olhares frequentes no espelho; investir numa boa e profunda psicoterapia; explorar o corpo através da biodança, por exemplo, são medidas iniciais que vão ajudar muito a primeira fase do tratamento.
No entanto, o TDC pode ser entendido como uma mensagem do mais profundo do ser, que está pedindo por uma reconexão, uma validação do aspecto genuíno de si mesmo, e com isso a construção (e não reconstrução) de uma autoestima positiva baseada em aspectos humanos, com limites, aceitação e futuramente com o gozo da paz íntima, paz essa fundamental para uma vida realmente saudável, leve e com sentido.
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