Leia os versos do nosso poeta de São Bento do Sul
Por Maurélio Machado, Poeteiro de Rua

Sinto-me assim quase só
Lembranças passadas
Tenho as sombras por companhia
Os meus versos revividos
Saudades que vivem em mim
Acho que não estou tão só
Vejo a fumaça que se esvai
O cheiro forte do tabaco
Meu último cigarro
Não nos deixamos a sós
Sinto a brisa bater em meu rosto
O ruído angustiante deste silêncio
A lágrima cristalina que cai
Relâmpago na escuridão
Não me deixem tão só
Meus pés calejados pisam neste frio chão
E minhas mãos?
Trêmulas mãos a segurar o copo vazio
Da cachaça ardente que me fez companhia
Por instantes aquecendo meu coração.
Estas ondas inquietas, azuladas
de mar bravio?
De ardentia
E esta música de sons vindos de longe?
O horizonte ao encontro do nada
O meu eu, este vazio
Preciso me ungir de óleos da Palestina
Servir-me das panaceias
Despachar esta tremenda dor
Ah… ser tão só, que triste sina
Plenas, amenas alvoradas?
Onde estarão todos os que me amam?
Sei lá, sei que já senti vergonha de mim
Mal amado, miserável
O bolso vazio
Nada a oferecer, só medo e frio
Sei, sinto que não estou só
Ouço vozes que vem das montanhas
Vejo a luz de estrelas que não deixam de brilhar
Lembro de ti, de teu sorriso
De narrativas estranhas
Sobre o bem, o mal e o paraíso.
Ah! Se eu pudesse te encontrar de novo
Sob a luz do luar prateado
Na fofa areia da praia
A serpentear.
E a sorrir só para mim
Creio que não me sentiria assim
Tão só!!!
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