COM A CHEGADA DA FILHA, TODO O JULGAMENTO O LEVA À INOCÊNCIA, E NO ESTILO DE NOVELAS, O FILME FIRMA OS AMORES, EM CASAMENTO
Por Mariano Soltys, filósofo e professor
O amor esquecido, apesar do título um tanto clichê, é baseado em um romance ou livro polonês. O personagem, um médico famoso, Rafał Wilczur, acaba por ser abandonado pela esposa, bem como pela pequena filha, Marísia, para sofrer um ataque na rua, ao procurá-las.
Sua esposa estava infeliz no casamento e assim fugiu com o amor, outro homem, apesar de mais pobre que o médico. O livro ao qual se baseou foi “Znachor”, do autor polaco Tadeusz Dołęga-Mostowicz. Ao sofrer ataque na rua, o médico então fica com amnésia e vagueia pela rua, um tanto mendicante.
A primeira situação de tensão que o médico sofre, além da esposa que o abandona, é o tratamento de um menino pobre, na clínica em que trabalha, particular. Ocorreu que seu sócio Jerzy, ou colega, pergunta ao ver o acidente do menino que foi atropelado por uma carroça, se este tem plano médico ou convênio.
O médico que respeitou Hipócrates, no juramento verdadeiro, Rafał, leva o menino e paga as contas, para a inveja do seu amigo e concorrente ao posto de chefe médico. Isso permanece com ele, essa alma generosa, mesmo após a amnésia. Os conhecimentos médicos também ficam, e é logo condenado ou julgado por charlatanismo.
A filha e o piano
Taberna – Sua filha, Marísia, assim leva consigo um piano, já órfã, e procura emprego junto a uma taberna de um simpático senhor judeu. Lá trabalhando, conhece sua paixão, o jovem conde da região, que sofre até conquistar a jovem. Ela é filha do médico que é tido como morto. Sua paixão, Leszek Czynski, tem uma mãe que não vai com a cara de Marísia, por ela ser pobre garçonete.
Tanto o pai médico, tido por curandeiro, ao qual se torna um médico dos pobres, estilo Paracelso, quanto Marísia, sofrem com exclusões da sociedade que os cerca. Paracelso também era tido por charlatão, usando hora da medicina, outra de homeopatia, para a cura dos pobres.
Prefeito de uma vila
Moto – Ademais, o médico ou curandeiro acaba por encontrar a filha, fazer nela uma craniotomia, após acidente de moto, cirurgia avançada para a época, e assim salvando a filhas em saber ser de seu sangue. Já Marísia é afastada de seu amor pela mãe dele, mas aos poucos é encontrada e o amor se reata. Semelhante ao Paracelso, sábio médico de outrora, Rafał é julgado e somente no tribunal são muitas as pessoas que o defendem, com inúmeras curas e tratamentos, nos testemunhos.
Assim, com a chegada da filha, todo o julgamento lhe leva à inocência, e no estilo de novelas, o filme firma os amores, em casamento.
Uma boa produção polonesa, que chega a entrar em sintonia a descoberta de origem nobre do meu sobrenome, Soltys, que na Polônia é um cargo no estilo de prefeito de uma vila.
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