O DESAFIO CONTEMPORÂNEO É DEIXAR SEDUZIR-SE PELA LUZ QUE DÁ SINAIS LOGO ALI NA SUA FRENTE
Por Mauro Cesar Telesphoros Stiegler, psicólogo clínico
A travessia proposta pela psicoterapia analítica/junguiana constitui um convite para passar de um simples andar pela vida para uma verdadeira jornada existencial.
Contemplar e confrontar os seus elementos interiores (pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, mágoas, medos e muito mais) é passo insubstituível para avançar – e, mais que isso, encontrar e dar as mãos à própria essência, e caminhar a partir de então com quem realmente se é.
Depois destes primeiros passos (que sempre devem se repetir) importa reconhecer que somos seres em constante demolição e reconstrução, no entanto, a viagem começará então a ganhar configurações prazerosas e audaciosas. A vida não será mais apenas um andar nublado, com regras ditadas por estranhos (estranhos à nossa essência) mas uma jornada de crescimento, uma obra propriamente dita.
ALINHAMENTO – O estado de saúde integral depende muito dessa congruência, desse alinhamento do que estamos fazendo, com quem nos relacionamos, o trabalho que desempenhamos e o que verdadeiramente somos em essencialmente.
Usando de jargões populares, se nos sentimos azedos, contrafeitos e a sensação de que tudo está pesado e nada nos agrada, é hora de parar, observar e procurar sentir o que se passa e pensar em uma possível e necessária reinvenção de si mesmo.
Para tal, importa romper ou partir os grilhões do aprisionamento psicológico, serrar a grade da masmorra das crenças equivocadas sobre nós mesmos, que nos asfixiam, sair da caverna, como nos disse Platão há cerca de 2.300 anos em sua obra “A República”.
Na alegoria da caverna, contempla-se o ser humano atual, que continua a debater-se em si mesmo, rejeitando e fugindo da própria sombra e com isso desprezando a luz, adiando indefinidamente a jornada que lhe cabe. O desafio contemporâneo é deixar seduzir-se pela luz que dá sinais logo ali na sua frente.
CORRENTES – Experimentar tirar as pesadas correntes do teu pescoço que ali estão desde a infância, as bolotas de ferro que te param os pés, a viseira que junta neblina nos teus olhos pode ser doloroso, mas a plenitude que se experimenta te levará ao ponto que não tem mais volta, e esse é o ponto que deve ser alcançado.
Portanto, abra os olhos, espreguice-se, levante, siga a luz e saia da caverna!
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