A planta possui raízes tuberosas comestíveis, que podem ser colhidas após a “maturação” (amarelecimento e secagem) da parte aérea
Por Paulo Schwirkowski,
pesquisador botânico
Nomes populares: Cará-de-caboclo, bico-de-nambú, cará-do-mato, jaranganha, karamboroty. Nome científico: Bomarea edulis (Tussac) Herb. Família: Alstroemeriaceae. Tipo: Nativa, não endêmica do Brasil. Descrição: Plantas volúveis, até ca. 5 m alt., raízes de reserva ovóides. Folhas resupinadas, oblongas ou oblongo-lanceoladas, ca. 3,5-18 x 0,6-5 cm, ápice acuminado a cuspidado, face abaxial papilosa, raro glabra. Cimeira umbeliforme composta, pauci – ou multiradiada.
Flores rosadas, esverdeadas creme ou amareladas, 3-4,5 cm compr. Tépalas externas sem manchas, oblanceoladas, oblongas ou obovadas, 2,6-4 x 1-1,5 cm. Tépalas internas espatuladas, ápice retuso ou mucronado, 2,5- 3,5 x 1-1,2 cm, rubro-punctadas e variegadas. Sementes com sarcotesta vermelha-alaranjada. Rizomas lenhosos, com dezenas de raízes tuberosas esféricas, arredondadas, superfície geralmente irregular, casca das raízes de amarelo intenso a esbranquiçada (ASSIS, 2010).
Característica
Bomarea edulis – Apresenta variação tanto nas folhas, que podem ser largas, estreitas, pubescentes ou glabras, como nas flores, que variam de róseas ou creme-esverdeadas, e na inflorescência que se apresenta com muitas ou poucas flores. Seu hábito volúvel e sua inflorescência umbeliforme, em geral bem vistosas, são caracteres marcantes que as distinguem do resto da família (ASSIS, 2010).
Floração/frutificação
Agosto a janeiro – Ocorrências confirmadas: Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins); Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso); Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo); Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)
Domínios Fitogeográficos
Onde – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal. Tipo de Vegetação: Área Antrópica, Campinarana, Campo Rupestre, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Perenifólia, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (ASSIS, 2019).
Etimologia
Propriedades fitoquímica – As raízes tuberosas são ricos em fósforo. Fitoterapia: na medicina indígena Guarani é utilizada como diaforética e diurética. Fitoeconomia: Possui raízes tuberosas comestíveis, que podem ser colhidas após a “maturação” (amarelecimento e secagem) da parte aérea. Quando cozidas, as batatas devem ser cozidas com casca, do mesmo modo que a bata-inglesa.
Podem ser consumidas também fritas, ensopadas, em purê, bolos ou pães, sendo muito agradáveis ao paladar. Há citações de que estas raízes tuberosas reduzidas a cinzas fornecem um sal alimentício.
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