ERRADICADAS, DOENÇAS PODEM VOLTAR A SC

SANTA CATARINA

MOTIVO É A BAIXA COBERTURA VACINAL

Os últimos casos de poliomielite foram registrados em Santa Catarina em 1989. Hoje, mais de 30 anos depois, o estado se vê diante do risco de reintrodução da doença, resultado das baixas coberturas vacinais que abrem portas não só para a poliomielite, mas também para o sarampo, a rubéola, a meningite, a febre amarela, a coqueluche. São mais de 20 doenças que podem ser prevenidas com a vacinação.

Esse é o alerta que a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), traz no Dia Nacional da Imunização, nesta sexta-feira (9), da importância de manter as cadernetas de vacinação de bebês, crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos atualizadas para reduzir o impacto das doenças imunopreveníveis na população, como hospitalizações e mortes.

PROTEÇÃO – A proteção começa na primeira infância com doses que são aplicadas logo no nascimento, como a da vacina BCG, que previne contra formas graves da tuberculose, e a da hepatite B. A vacinação se estende durante toda a vida, de acordo com faixa etária de cada indivíduo. No total, são disponibilizadas na rotina, de forma gratuita, 19 vacinas, sem contar as vacinas de Campanha, como a da gripe e a da Covid-19.

O superintendente de Vigilância em Saúde e médico infectologista Fábio Gaudenzi destaca que o estado de Santa Catarina sempre foi referência na vacinação, mas que, infelizmente, nos últimos anos, com a diminuição da presença de uma série de doenças imunopreveníveis, ocorreu um fenômeno de queda das coberturas vacinais.

“As pessoas acabam não sentindo mais a presença desses agentes e com isso a gente tem essa falsa impressão de segurança e de que eles não existem mais, mas a gente sabe que com a queda progressiva das coberturas vacinais, uma série de doenças que estavam bastante controladas no nosso território podem retornar”, assinala o superintendente.

PROGRAMA NACIONAL – Segundo dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Ministério da Saúde (MS), o último ano em que o estado de Santa Catarina alcançou a cobertura vacinal para todos os imunizantes recomendados para crianças menores de um ano e um ano foi em 2015.

Depois dessa data, o percentual de vacinação começou a registrar queda. No ano de 2022, nenhum imunizante atingiu a cobertura desejada de 90% para as vacinas BCG e Rotavírus e de 95% para as demais vacinas. Os dados de 2023 são preliminares.

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