MARIANO SOLTYS (FILOSOFIA NO SUL): SOBRE A SÉRIE “CASSANDRA” E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

Isso já era esperado no ano 2000, mas agora em 2025 se torna bem mais possível

Por Mariano Soltys, filósofo e professor

Recentemente estreou a série “Cassandra”, mostrando uma mulher que, dentro de um robô, vive uma espécie de imortalidade. Ela está ligada a uma casa inteligente, como se fosse a perfeita dona de casa. Ela se revela quando uma família adquire a residência e assim passa a morar e a ligar o sistema macabro, que estava desligado. A série mistura terror, drama, inclusão e diversidade, além de revelar uma família alemã tradicional, misturando anos 1970 e os tempos atuais.

A Inteligência Artificial (IA) invadiu nossas vidas, estando presente em muitas situações. Assim como no mundo de computadores e celulares, os jovens já nasceram nessa realidade. Não será muito longe, e novos professores, babás e demais profissões serão realizadas por robôs. “Cassandra” mostra a teoria e a futurologia de que isso era nos anos 1970, mas que hoje é perfeitamente possível.

Filosofia
Tecnociência –
Claro que a alma de uma pessoa em um robô, ou sua memória seria mais difícil, mas o fato de uma casa inteligente, bem como a IA ajudar em uma lição de casa: as crianças, já são coisas simples e corriqueiras. Tudo isso já era esperado no ano 2000, mas agora em 2025 isso se torna bem mais possível, uma realidade.

A filosofia já discutia as tecnologias já na escola de Frankfurt, e ainda noutros momentos, como na cibernética com Pierre Levy, ou na tecnociência, em outros autores da filosofia. Nós também, em nosso livro “Crítica da Razão Cibernética”, falamos desse novo mundo, obra que escrevi junto a Cléverson Israel Minikovsky e ainda Patrick Vicente. Em nosso livro já falamos de uma mosca robô e coisas bem avançadas, relacionando-as com a filosofia.

Classe média
Inteligência humana –
A série “Cassandra” mostra os conflitos de uma família de classe média, de um cientista e de sua esposa do lar, que ao cuidar e esconder um crime de filho, se vê desafiada em seu empoderamento feminino. Mesmo assim se mostra uma mulher forte, sendo seu novo marido, agora o comprador da casa, um homem fragilizado e covarde, se deixando levar pela IA, rendendo toda a sorte de engano e manipulação.

Frente à IA se nota algo de singular na inteligência humana, e a série humana parece mostrar vencer essa forma de inteligência. Curiosa parte da série é a filha com redução de capacidade, que foi escondida em quarto secreto da casa, depois descoberta, o que fez a “Cassandra” amolecer o coração.

Autores da literatura
Games –
Autores da literatura, como Isaac Asimov, já falavam em alma de robô, sonho de robô e mesmo em um que se humaniza, como no “Homem Bicentenário”, sendo que o que era ficção, acaba cada vez mais a se tornar realidade. Games como “Detroit: Become Human” também mostram um robô que é bem humanizada, ao cuidar de uma criança, bem como de um robô que cuida de um idoso, seu melhor amigo. Cassandra faz lembrar toda essa reflexão sobre IA.

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