Mariano Soltys: FILME “AS ESCOLHAS DO AMOR” E O EXISTENCIALISMO

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

NA FILOSOFIA EXISTENCIALISTA, SOMOS OS DONOS DE NOSSO DESTINO

Por Mariano Soltys, advogado e professor

Havia um tempo em que o amor estava traçado em casamentos arranjados, onde não se podia escolher com qual pessoa se casaria. Com a sociedade capitalista, bem como a modernidade, esses casamentos escolhidos ficaram mais em grupos muito tradicionais. Choose Love, ou, traduzido, “As Escolhas do Amor”, mostra bem esse novo mundo, no qual a escolha revela um futuro a se seguir, estilo efeito borboleta.

Filme interativo, um verdadeiro jogo, coloca o espectador na escolha do destino da protagonista, Cami, que escolhe entre três pretendentes, um sendo seu atual namorado, outros dois ela reencontrando um, amigo de juventude, ativista, e outro conhecendo, através de seu emprego, numa gravadora. Antes disso ela consulta uma cartomante que falou de três homens que ela teria de escolher a fim de dar um rumo a sua vida.

Escolha – Partindo para a filosofia existencialista, somos os donos de nosso destino, construímos nossa vida. Não há uma essência pré-determinada, são tudo escolhas. Somos condenados a ser livres, como ensinava Jean Paul Sartre. Também Nietzsche ensinava que temos essa possibilidade de liberdade, pelo seu super-homem, além de Zaratustra e ensinamentos do filósofo.

De qualquer modo, o filme interativo Choose Love mostra que podemos escolher por onde andamos, o que vamos estudar, por onde trabalharemos e assim por diante. Claro que a vida nos dá pancadas, e que nem todas as escolhas darão certo ou serão efetivadas.

No amor mesmo, o que mostra no filme, é que escolhas que parecem ser boas, como o cantor famoso, Rex, podem ser ruins, uma vez que não garante uma relação tradicional em casamento, com um lar, o que não havia nesse pretendente. Já o ativista reservava uma certa sensualidade, mas ao mesmo tempo não era aquele amor de confiança, que sempre esteve ao lado da protagonista, o Paul.

Responsabilidade – Assim que assiste acaba levando a Cami até o sonho dela de ser cantora, além de apenas técnica de som da gravadora, colocando pela escolha em um destino que resulta em uma bela canção, além de um amor que pode ou não se desenvolver, dentro de opções que podem ser ou não vantajosas, para aquele momento da vida dela.

Não há essência pronta, nem um governo superior, sendo a escolha aquilo que levará a determinada vida, assim como no existencialismo. O outro pode ser o inferno, ou não. As escolhas do amor podem levar para uma vida feliz, uma vida infeliz ou mesmo indiferente.

Não existe nada que obrigue o ser humano a ser de um modo ou outro, como ensina novamente Sartre. Mas nas escolhas há também a responsabilidade, então se a pessoa no filme escolher ficar sem determinado pretendente, o destino da protagonista muda, sendo melhor ou pior, dependendo.

Escola da vida – A primeira opção de muitos seria escolher pelo Rex, o cantor famoso, mas no caso ele não combina com um lar romântico, nem mesmo tendo um lar, como mostra ele. O amor e a vida podem ser a melhor, independente da escolha, e assim temos o que merecemos, ou o que é melhor para nós na escola da vida. O filme mostra que é possível mudar, e que Cami pode desenvolver seu talento de cantora, mesmo até sozinha, o que também pode ser uma opção, negando todas as outras.

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