Mariano Soltys: A FILOSOFIA DA LINGUAGEM

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

NO REALITY EXISTE UM GRUPO MAIS ERUDITO E OUTRO MAIS DE MASSA

Por Mariano Soltys, advogado e professor

Logo na primeira pessoa eliminada do reality e jogo d’A Fazenda, esta disse que não entendia nada o que outra participante lhe dizia. Os signos podem ser muitas vezes difíceis de compreender. Um filósofo chamado Wittgenstein disse que já tinha resolvido tudo na filosofia, o que o fez pela linguagem. Quem criticou isso foi Deleuze, dizendo que o Wittgenstein teria acabado com a filosofia.

Mas, voltando para A Fazenda, importa que haja diversas formas de linguagens, e que no reality existe um grupo mais erudito e outro mais de massa. Isso lembra também a indústria cultural, pois não há mais a diferença entre cultura de massa e erudita. Nisso se pode lembrar da Escola de Frankfurt, hoje tão criticada pela Direita, que vez ou outra encontra fantasmas na sociedade, colocando a culpa nos frankfurtianos.

Férias – Voltando ao filósofo da linguagem, Wittgenstein, este disse: “O homem possui a capacidade de construir linguagens com as quais se pode expandir todo sentido, sem fazer ideia de como e do que cada palavra significa – como também falamos sem saber como se produzem os sons particulares”. Nisso se pode falar que tudo o que é dito tem um sentido. Logo, a participante pode ter entendido, mas soube se expressar o que absorveu da linguagem da outra participante.

Outra situação se deu ao aparecer Paulo Freire: a participante mais famosa falou de minorias e maiorias, o que pareceu estranho, uma vez ambas as classes participantes em grupo d’A Fazenda sejam artistas de elevada classe social.

Não há ali excluído ou minoria. As minorias estão no trabalho duro, enquanto os artistas se entretêm n’A Fazenda, falando a linguagem do povo ou a favor do povo, sem ser povo. Voltando ao filósofo da linguagem, este ensinava que os problemas filosóficos existem quando a linguagem entra de férias.

Voz vencedora – Fato é que a linguagem resolve muitas coisas, mas que não encerra a filosofia toda. Deleuze está certo ao dizer que alguém que assim observa, que tudo é linguagem, teria acabado com a filosofia. Um jogo também mantém linguagens e o vencedor parece à voz que as pessoas querem ouvir, as palavras que levam a vitória.

Certamente a voz vencedora atual vem com uma linguagem mais erudita, mais madura, e que revela um contraste no grupo. A menina que saiu é jovem e não soube observar a linguagem dominante, enquanto a outra concorrente usa da linguagem como principal trunfo para ir rumo à vitória do jogo.

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