FEB É TAMBÉM PARTE DA HISTÓRIA DE SÃO BENTO DO SUL
Por Wilson de Oliveira Neto, historiador
Foi comemorado no último dia 9 o aniversário de 80 anos da criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Ela foi criada durante o governo de Getúlio Vargas, por meio da Portaria Ministerial no 4.744. A FEB e o 1o Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB) são os aspectos mais conhecidos da participação militar do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Contudo, é importante lembrar que desde o início do conflito, o governo brasileiro recebeu, por parte dos Estados Unidos, diversas propostas para o emprego de tropas brasileiras dentro e fora das Américas, como por exemplo, nas Missões Militares no Suriname e na Guiana Francesa (Caiena), respectivamente, em 1942 e 1943, como nos conta o historiador Giovanni Latfalla em seu livro “FEB, Missões e Observadores Militares”, lançado recentemente.
Combate ao Eixo – O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial em 31 de agosto de 1942. Ele foi o único País da América Latina a enviar uma força terrestre própria para combater o Eixo na Europa. O México, por exemplo, despachou para o extremo oriente um grupo de caça, o “esquadrão asteca”, para lutar contra os japoneses no Pacífico. A FEB foi algo único nas histórias militares brasileira e latino-americana.
E, sim, apesar dos problemas que os expedicionários tiveram de superar (muitos dos quais comuns às demais tropas aliadas na Itália), a FEB cumpriu todas as suas missões. Inclusive, cercou e capturou uma divisão de infantaria alemã inteira, a 148o Divisão de Infantaria do exército alemão, que se rendeu à tropa brasileira em 29 de abril de 1945, em Fornovo di Taro, no norte da Itália.
Memória – A FEB é também parte da história de São Bento do Sul, que neste mês completará 150 anos de fundação. Dezesseis cidadãos-soldados são-bentoanos serviram na frente italiana, a exemplo do soldado Isino Neumann, condecorado com a Cruz de Combate de 1a Classe, a Medalha de Campanha e a Estrela de Bronze (esta, uma medalha militar estadunidense).
A memória e a história dos expedicionários de São Bento do Sul estão presentes no município de diversas formas, por meio da historiografia, do museu municipal, dos monumentos e dos nomes de ruas. Um passado que se faz presente no ano em que comemoramos os oitenta anos da FEB e, no próximo dia 23, o sesquicentenário de São Bento do Sul.
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