Mariano Soltys: O FEMINISMO DEVE MUITO À COMPANHEIRA DE SARTRE

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

UM FILME QUE LEVA À REFLEXÃO, E NÃO TEM MUITO DE INFANTIL

Por Mariano Soltys, advogado e professor

Recentemente vem rendendo recorde de bilheteria o filme “Barbie”, e assim também alguma discussão. Longe de repetir o que tudo mundo já sabe, o filme leva a filosofar desde o começo, quando faz uma paródia com cena de filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Kubrick, no qual há forte referência ao filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, além de que, naquele filme, toca uma música chamada “Assim falou Zaratustra”, nome de uma obra do mesmo filósofo.

As meninas então quebram as bonecas infantis e trocam pelas adultas, pelas mulheres, um ideal de um novo tempo, que ainda se reveste do pensamento feminista, uma tônica também na Barbie americana, que nada mais é do que boneca inspirada na alemã Lillie, acusada de ser sensualizada, mas ambas sempre foram.

No filme, a boneca tem diversas reflexões existenciais, assim, além de Nietzsche, indo para o pensamento do filósofo Sartre, que dizia que estamos condenados a ser livres.

Estética capitalista

Curioso que o feminismo deve muito à companheira de Sartre, Simone de Beauvoir, que escreveu obras sobre o sofrimento e a condição das mulheres na História, o que se revela também na vida de plástico de Barbie, escrava da moda, de pessoas bonitas, da estética capitalista, bem como uma série de temas que vão aparecendo na produção, como ainda ela escolher entre o mundo real, o que ainda nos leva a outro filósofo, o grego Platão, que tratava da caverna e um mundo de ilusão, que é aquele onde vivemos.

Manipulados

Não somos muito diferentes da boneca, e nosso mundo em muito é um mundo de plástico, ou não muito real, pois somos manipulados pelo capitalismo. De todo o modo, o filme leva à reflexão, e não tem muito de infantil, adentrando em diversas questões de ética, estética, existenciais e filosóficas.

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