MARIANO SOLTYS (FILOSOFIA NO SUL): SÉRIE “100 HUMANOS” E O COMPORTAMENTALISMO

FILOSOFIA DO SUL SÃO BENTO DO SUL

Em resumo, as pessoas são manipuladas, geralmente para comprar produtos, e isso interessa em padronizar o comportamento

Por Mariano Soltys,
filósofo e professor

Uma série que mostra coisas o que não imaginamos sobre nós. Primeiro que todos nós temos uma espécie de preconceito. Feitos experimentos, ocorreu que as pessoas reagiram de forma inconsciente. Começa pela atração, passa para experimentos de outras formas, como atenção, inteligência, memória, preconceito, etc.

O curioso de início é o papel de gerações, ou idades, de acordo com uma tarefa, no caso montar cadeira e a comunicação, feita por uma pessoa, sem ver. A séria lide com essa estatística, com 100 pessoas, se focando no comportamentalismo, ou behaviorismo, formas modernas de psicologia, geralmente de cara mais americana.

Animais
Freud –
Pavlov e Skinner estudaram o comportamento de animais, de acordo com estímulos. As alterações de estômago, o estímulo e se tocar um sino faziam parte da experiência. Os animais eram assim adestrados, ou seu comportamento feito.

Também Freud parece ter se baseado em algo comportamental, além de simplesmente estudar as pessoas, ser usado depois para sugerir comportamentos. As pessoas podem ter algo em comum, dentro de um grupo.

Assim também se faz o efeito manada. Em resumo, as pessoas são manipuladas, geralmente para comprar produtos, e isso interessa em padronizar o comportamento, mas existem os que não se encaixam. Dos cem, talvez eu pensaria diferente. Mas existem reações automáticas e instintivas. 

Tortura
Templários –
Doutro ponto de vista, se falou também da ineficiência da tortura. Mesmo que simbólica e baseada apenas em não dormir, barulhos e água, entre outros estresses, a série mostrou que a pessoa torturada tende a não dizer a verdade. Ela inventa algo para parar de sofrer. Assim me veio a ideia de que Giordano Bruno, se é que foi torturado, não disse o que disse.

Também que os Templários teriam inventado coisas, sendo homens mais verdadeiros do que se pinta. Ademais, a série tem mostrado que tanto as pessoas mais velhas, quanto as mais jovens são os mais eficientes, no caso de faixas de 20 e 60 anos, isso tudo mostra que nossas ideias podem estar equivocadas sobre o que falamos das gerações, se estão perdidas ou não.

Superficial
Futebol –
Por fim, o comportamental resolve muita coisa, mas mesmo assim parece ser uma forma meio superficial de psicologia. Os norte-americanos em comparação aos europeus. A metanarrativa eurocental, em comparação à norte-americana. O idealismo, racionalismo, em face do pragmatismo. As filosofias e ideologias que vêm ao longo dos tempos. O problema comportamental é colocar em uma estatística, em um pequeno grupo, a resposta para tudo.

Falar, por exemplo, que o brasileiro gosta de futebol por ser brasileiro, ou torce para um time, etc, seria estranho. A pessoa pode ser brasileira, não torcer para um grande time, e nem gostar de futebol. Colocar um grupo de cem pessoas e mostrar respostas, para todas, é um tanto equivocado.

Temos padrões
Nietzsche –
Por outro lado, a série mostra que temos padrões, como preconceitos, objetivos e reais, e que isso se mantém, no caso de se atirar em pessoas inocentes, pela cor da pele, no caso do experimento. Também que parece existir um efeito de manada, ou o que Nietzsche chamava de “moral de rebanho”.

Não somos cães tocando sinos, e nem ratos de laboratório, ou IAs, mas tudo isso melhora a nossa vida e dá respostas que são úteis, e práticas. Claro que isso não se compara a grandes sistemas filosóficos, ou aos gênios, que se destacam desses grupos, seja de cem, de mil, ou mais.

Nosso Senhor Jesus não era alguém sujeito ao comportamento padrão, mas era o 1 em comparação a milhares de zeros, e isso não pode ser sugerido por moda americana, nem por mero comportamentalismo.

WhatsApp – O grupo de WhatsApp do Jornal Edição Digital pode ser acessado clicando aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *