Ele disse que defende o melhor para a sociedade; daí a criada perguntou o que é sociedade
Por Mariano Soltys,
filósofo e professor
Num documentário sobre o filósofo judeu Baruch de Espinosa, chamado “O Apóstolo da Razão”, uma criada sua perguntou sobre política e o que ele pensava. Ele disse que defende o melhor para a sociedade. Daí a criada perguntou o que é sociedade. Desta feita, lembrando o próprio conceito de “polis”, ou a cidade grega, bem como de cidadão, além da praça onde era exercida a política, em democracia direta, apesar de que para poucos. A política deve ser exercida para o bem comum, como já ensinava Aristóteles, o filósofo grego, discípulo de outro, Platão.
Os aristotélicos filosofavam correndo, uma vez chamados de peripatéticos. Ultimamente vemos também os políticos correndo – por votos – e assim a história se repete, ao estilo hegeliano. Importa ser cidadão e valorizar essa conquista, a do voto, exercendo seu direito e procurando a melhor opção dentro de suas pretensões, que melhor seriam se fossem coletivas e em direção do bem comum, de todos, ou senão maioria. Por isso o programa social seria o mais indicado, uma vez a maioria precisa de direitos sociais.
Economista de rede social
A coach – Uma determinada “especialista” em investimento, formada em universidade federal, em Química, mas que fala mal da universidade federal, bem como de tudo que entenda por esquerda, comunista, etc. Ela até que se torna engraçada, se não um tanto trágica, se não fossem os clichês característicos, a formação de doutrinação que vem ocorrendo em redes sociais.
Até aí tudo bem: a opção política e liberdade de cada um. Ocorre que falar contra educação, direitos sociais, saúde pública, buscando um pseudo-liberalismo quase norteamericano, sem ser, nada tem de produtivo, ainda mais em investimento e economia. Falar mal do Brasil, humilhar as pessoas vulneráveis ou pobres em vídeos, e tudo mais, acaba que serve a um desserviço.
O melhor seria produzir vídeos que ensinassem alguma coisa, e que não pintassem pseudocomunistas em 100 coisas que amam ou odeiam, e outras pérolas de preconceitos e futilidades, sem qualquer fundamento, senão no senso comum e na moda de se buscar polarização, senão até fake news.
O melhor seria fazer um canal educativo, ou mesmo se evitar produzir comédia via rede social. A não ser que seja mesmo comediante, daí sabemos que tudo é relativo e vale o mero entretenimento.
Debates sem debates
Vazios – Os debates são muito vazios. Saudades se teria de um Enéas Carneiro. Mas hoje se procura acusar os adversários, relativizar obras, colocar lente de aumento em ações de caridade, se orgulhar de uma má administração pública, e tantas outras situações. Isso quando não se vai para a cadeirada, e para a programação neurolinguística numa quase hipnose, a fim de se enrolar entrevistadores e outros candidatos. Propostas de governo, projetos? Nada.
Parece que a polarização, o teatro, a viralização, o número de curtidas, visualização, e tudo mais relacionado, substitui a política para o bem comum, a luta pelo direito e a mudança real para a população, em troca de uma tragédia grega, um circo de horrores pintado com o suor do trabalhador, o qual olha de longe tudo isso e participa pouco, isso quando não é enganado por essa sugestão de votar com a maioria, ou se sentir enturmado naqueles que parecem ter uma luta política, quando podem ser massa de manobra.
Elites
Estratagemas – As elites olham isso tudo de longe, e já podem estar em Brasília, olhando agora para Prefeituras, querendo um retorno maior, uma futura coligação, ou mil estratagemas da politicagem. Tomara o povo voto de forma consciente e tudo respeite o direito eleitoral, enfim.
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