Atividades são desenvolvidas em São Bento do Sul, Rio Negrinho, Araquari e Itapoá
O projeto “Malungo”, do ator e diretor são-bentense Robson Rodrigues, está prestes a chegar à conclusão. A performance, que reúne teatro, música e dança, vem sendo refinada com os toques finais para transmitir ao público uma experiência poética e visceral sobre a história da escravidão no Brasil e seus reflexos na sociedade contemporânea. O projeto nasceu com o propósito de dar voz às narrativas da comunidade negra, trilhando um caminho humano.
Durante o processo, entrevistas com pessoas negras, quilombolas de Araquari/SC e integrantes de centros de umbanda revelaram histórias marcadas por resistência, ancestralidade e luta diária por direitos. Essas vozes ganharam vida no palco, onde cenas foram criadas utilizando palavras, frases e sentimentos extraídos diretamente das conversas.
Capoeira
Imersão – A imersão na capoeira trouxe um vigor especial à montagem. A música e a dança, que foram formas de resistência e expressão dos escravizados, agora se integram à narrativa como símbolos de força e conexão ancestral, ampliando a força dramática e estética da obra.
“Malungo” é mais do que uma performance; é um espaço de resistência e ressignificação. Ao revisitar a história e conectar passado e presente, o projeto convida o público a enxergar além das cicatrizes da escravidão, reconhecendo os desafios ainda enfrentados e a riqueza cultural que persiste como símbolo de luta e esperança.
Com o espetáculo em seus momentos finais de preparação, a equipe celebra não apenas a conclusão de uma jornada artística, mas também o fortalecimento de um debate necessário e urgente.
“A expectativa é que, ao subir ao palco, ‘Malungo’ provoque impacto e reverbere como um poderoso grito de memória, identidade e transformação”, comenta Luciana Rodrigues uma das coordenadas da pesquisa
O projeto tem como proponente o ator e produtor cultural Robson Rodrigues da Silva. Já Robson Henrique Schneider trabalha produção executiva e organização, Rafael Nagel na produção cultural e Andrieli Stemposki na supervisão.
Iniciativa inovadora
Recente – A Associação Multicultural Panaceia deu início ao seu mais recente projeto cultural, “Panaceia nas Periferias”, uma iniciativa inovadora que está levando palestras, teatro, palhaçaria e cinema a mais de 1000 crianças e adolescentes da rede pública de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Itapoá, em Santa Catarina.
O projeto oferece um rico programa de oficinas formativas e sessões de cineclube, além de rodas de conversa que promovem reflexão e diálogo sobre questões sociais e artísticas.
No trabalho estão envolvidos os artistas e formadores Robson Rodrigues, Rafael Nagel e João Victor, e ainda Robson Henrique na organização e acessibilidade. O caráter transversal da circulação do projeto é um dos pilares que sustentam seu impacto. O projeto não apenas democratiza o acesso à cultura, mas também estabelece pontes entre diferentes linguagens artísticas.
No teatro e na palhaçaria, os participantes exploram habilidades como expressão corporal, criatividade e trabalho em equipe. Já nas sessões de cineclube, as crianças são incentivadas a refletir sobre a linguagem cinematográfica e suas mensagens, despertando o senso crítico e a empatia.
A dimensão social
Desenvolvimento – O projeto tem uma forte dimensão social. Além de fomentar o desenvolvimento artístico e cultural, “Panaceia nas Periferias” atua como uma ferramenta de inclusão, fortalecendo a autoestima e a confiança dos jovens. Muitos dos participantes têm a oportunidade de vivenciar pela primeira vez a magia do teatro e do cinema, experiências que ampliam horizontes e transformam perspectivas.
Quando você apresenta às crianças das periferias um universo de possibilidades criativas, está plantando sementes que podem mudar vidas. A arte é uma ferramenta poderosa para a transformação social, afirmam os coordenadores do projeto.
Alcance e Impacto
Resultados – Com mais de 1000 crianças diretamente envolvidas, o projeto já começa a mostrar resultados tangíveis. Professores e familiares relatam mudanças positivas nos participantes, como maior engajamento escolar, melhora na comunicação e no trabalho em grupo, além de um interesse renovado pelas artes e pela cultura.
O “Panaceia nas Periferias” também contribui para a construção de comunidades mais integradas, ao estimular a participação ativa dos alunos em atividades culturais e o fortalecimento de redes entre escolas, artistas e associações locais.
WhatsApp – O grupo de WhatsApp do Jornal Edição Digital pode ser acessado clicando aqui.