MPSC APURA SUPOSTA PRÁTICA IRREGULAR DO iFOOD

SANTA CATARINA

MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA INSTAUROU INQUÉRITO CIVIL

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou um inquérito civil para apurar suposta prática abusiva da empresa iFood ao permitir o cancelamento dos restaurantes credenciados em tempo superior ao prazo de entrega do pedido. O promotor Wilson Paulo Mendonça Neto, titular da promotoria com atribuição estadual na área da defesa do consumidor, requisitou uma série de informações tanto para a empresa quanto para o Procon.  

De acordo com as investigações, o iFood permite aos restaurantes que vendem por meio de sua plataforma cancelar o pedido sem antes entrar em contato com os consumidores, mesmo que ele já tenha sido pago e debitado da conta corrente ou do cartão de crédito do cliente. Foi apurado, ainda, que o prazo para entrega do pedido é menor que o prazo de cancelamento do restaurante, deixando os consumidores em desvantagem e indo contra a legislação vigente e as normas impostas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).

“Sem reclamações” – Para o promotor de Justiça, ao realizar o pagamento do pedido, o cliente entende que terá sua expectativa de consumo atendida pela plataforma, que conta com política interna de adesão de fornecedores e indica estabelecimentos como “sem reclamações” quanto ao cancelamento, sem deixar claro a origem dessa informação e como é feita sua verificação. Ademais, a legislação determina que, por se tratar de uma necessidade básica do indivíduo, a prestação de serviços relacionados à alimentação não pode ser cancelada sem contato prévio com o cliente.

Diante disso, o MPSC oficiou a plataforma de entregas solicitando, no prazo de 20 dias, esclarecimentos sobre a forma de devolução do valor pago, via cartão de crédito, no caso de cancelamento do pedido pela empresa contratada pelo aplicativo para fornecimento de produto. Também sobre a política da empresa para os estabelecimentos com alto índice de cancelamento de pedidos realizados pela plataforma.

O Ministério Público quer detalhes, ainda, referentes ao protocolo da empresa para o cancelamento por parte de seus restaurantes credenciados e ao encaminhamento de cópia do seu contrato social. Foi solicitada, igualmente, a relação das franquias no Estado de Santa Catarina.

Solicitação de apoio – O MPSC solicitou apoio às Promotorias de Justiça do consumidor do Estado para que informem sobre a existência de reclamações da mesma natureza nas suas comarcas, de eventuais procedimentos registrados sobre os fatos apurados e solicitem, se possível, aos seus respectivos Procons Municipais informações sobre a existência de reclamações referentes ao assunto.

“É direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços prestados, não podendo o cliente ter seu pedido cancelado sem aviso prévio, muito menos em período posterior ao em que deveria ocorrer a entrega”, ressalta o promotor de Justiça.

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