Mauro Stiegler: PERDEMOS O JEITO

DIMENSÕES DO CONTEMPORÂNEO SÃO BENTO DO SUL

UM SINAL DE QUE DEVEMOS URGENTEMENTE VOLTAR À GENUINIDADE HUMANA

Por Mauro Cesar Telesphoros Stiegler, psicólogo clínico

Da tecnologia de ponta estamos rapidamente “indo de ponta” ao infortúnio da ingerência de nós mesmos, um paradoxo, tendo em vista tanto conforto, sofisticação e resoluções pra lá de rápidas que o mundo digital apresenta para nossos problemas cotidianos.

O infortúnio da ingerência trafega em torno e em larga escala no que se refere ao nosso mundo interno, o qual, estando em desalinho, nada feito em termos de uma vida realmente autônoma, pujante e que valha a pena.

Explicando: Jacques Attali, economista e filosofo francês, um dos autores e pensadores contemporâneos que se debruça para a janela do futuro e suas probabilidades em relação ao destino da existência humana, concorda com outros autores, como, por exemplo, Yurval Harari, quando o assunto é o infortúnio da saúde mental humana, aja vista toda a tecnologia, recursos e possibilidades de uma vida mais longa e biologicamente saudável.

Possibilidades reais – As possibilidades reais, biologicamente falando, de as primeiras crianças que viverão até 130 anos estarem nascendo, de fato corrobora com em resultados dos mais diversos laboratórios de pesquisa nos mais distribuídos pontos do globo.

Nada obstante, a capacidade de melhoramento genético e a descoberta de drogas e tratamentos revolucionários para doenças até então incuráveis, abre paralelamente um novo questionário para pensadores, filósofos e cientistas das áreas humanas, questionário esse que traz pontos comuns nas intenções das perguntas: o que será do vazio existencial que até crianças já experimentam?

Como frear o número alarmante de suicídios que disparam dia após dia principalmente entre adolescentes? Como se posicionar diante da crescente inserção de adolescentes de 11, 12 anos ao mundo das drogas?

Todas as possíveis perguntas levantadas no possível questionário que mencionei acima, convergem para o pano de fundo central dessa reflexão: qual minha capacidade real de viver como sendo simplesmente um ser humano?

Altas autoridades em tecnologias, mas com bom senso, apontam sobre os sinais da urgência que temos de voltar, resgatar e viver o universo humano que já quase jaz na sociedade contemporânea…

Pôr do sol – Esses autores falam de voltarmos a ver o pôr do sol, ver o amanhecer, voltar a acampar, tomar banho de chuva, assar pão no forno a lenha no quintal… eu disse “quintal?”. Quem sabe o que é isso?

Bom, tudo indica que inteligência artificial, alinhada à possibilidade de modificação genética, juntas, não são capazes de resolver as questões internas do ser humano: vazio existencial, angústia, medos, perda do sentido da vida.

Um sinal de que devemos urgentemente voltar à genuinidade humana e dispensarmos um pouco os aparatos ditos científicos? Pode ser…

O que é nítido é que nos países de maior conforto e tecnologia é onde as mais desafiadoras psicopatologias surgem e debocham de ciência e seus afins…

A que tirarmos algo de proveitoso disso tudo, desse caos, e, parafraseando Nietzsche, fazer surgir uma estrela que verdadeiramente brilhe e traga de volta o hálito do bom do que é viver de fato.

Vou parar agora por que vou ali ver o João de Barro construir seu ninho, depois acho que vou ligar meu rádio… Eu disse “rádio?”. Ah, sim, Spotify…

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